O desafio da amamentação
Texto autoral de uma mãe da rede Espichei
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 3 minutos
Assuntos abordados:
– Desafios da amamentação
– Mães que não conseguem amamentar
– Dificuldades de ofertar leite materno
– Acolhimento às mães que não amamentam
Não há quase nenhuma tarefa no cuidado com um bebê que homens e mulheres não possam dividir. Por que digo quase? Porque amamentar no seio materno é a única das questões que cabem exclusivamente à mãe. O ato de alimentar um ser humano com o ouro que é produzido pelo próprio corpo de uma mulher é algo mágico e transformador. Mas, por diversos motivos, nem todas as mães conseguem fazê-lo. E cabe a toda a aldeia que lhe rodeia acolhê-la e ajudá-la.
Antes de seguir esse texto dando todas as minhas palavras de afeto a quem não conseguiu amamentar, me sinto na obrigação de lembrar, a todas que desejam seguir esse caminho, do quanto alimentar um bebê em nossos seios é algo extremamente novo para o nosso organismo e de como é importante se preparar para esse momento. As famílias que esperam a chegada de um bebê costumam se preocupar bastante com a decoração do quartinho, a via de parto e as questões financeiras, coisas que são, sim, muito importantes. Mas eu diria, por experiência própria, que a amamentação é um baita desafio.
Não é automático. Essa é uma questão muito importante. A gente pensa que é só colocar a cabecinha do bebê na direção do nosso peito, que ele abrirá a boca e sugará. Não é bem assim. Existe todo um jeito certo e uma posição adequada, que compõem a tal da pega, que você já deve ter ouvido falar. A boca do bebê tem que estar de um jeito X, o queixo tem que estar na direção Y, a língua precisa fazer o movimento Z. Sim, é quase uma equação matemática – e, para mim, resolver isso tudo foi tão difícil quanto. Hoje, diria que o melhor presente para uma mãe em puerpério que amamenta é a visita de uma consultora de amamentação. Vai por mim, vai ser sucesso.
E aquelas que não conseguiram? Os motivos podem ser inúmeros e, em nenhuma hipótese, devemos julgar essa mulher. Amamentar é o ato de entrega mais intenso que existe e, em um momento pós-parto, onde os hormônios estão bagunçados e voltando para o lugar, nem todas as decisões serão fáceis de serem tomadas. Pode ser que ela não tenha conseguido por falta de leite; cansaço extremo; ferimentos e dor; alergias do bebê; necessidade de voltar ao trabalho antes do previsto; entre outros diversos fatores que eu nem consigo enumerar. O que precisa ficar claro e combinado entre nós é que essa pessoa precisará de apoio para que seja possível que ela ame o caminho que a vida tomou.
Fora isso, é preciso deixar claro, também, que o vínculo entre pais e bebês se dá pelo afeto, carinho e amor compartilhados. Dar mamadeira para um bebê não significa a quebra de um ciclo sem qualquer outra solução. Na verdade, temos é que agradecer o fato de que há essa solução para a alimentação do bebê. O leite materno é importantíssimo e amamentar nos seios é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até os dois anos de idade. Mas não é pecado não o fazer. E precisamos cuidar das mães para que não absorvam mais essa culpa.
Fui procurar no dicionário o que diz o verbete “amamentar”. Entre várias definições, me apego à que diz “aleitar. [Figurado] Alimentar, nutrir, sustentar.” O que sustenta um bebê e o deixa dormir em paz não é somente o seio da mãe. É a entrega de pais que se desdobram em mil novas versões para manter vivo o maior amor que há nesse mundo.
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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
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