A gente envelhece
Texto autoral de uma mãe da rede Espichei
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 3 minutos
Assuntos abordados:
– Envelhecer
– O desafio de ver o tempo passar
– As partidas de quem amamos
– Escolher viver
A gente nunca teve, antes, a idade que tem agora. E por mais óbvia que a frase seja, a sensação pode ser assustadora. Dia desses dei uma pausa – o que é coisa rara na vida de uma mãe – e pensei na altura da vida em que estou. Morando fora da casa dos meus pais, com minha própria filha. Fazendo minhas próprias compras. Pagando minhas próprias contas. Pouco depois, abri um e-mail do meu pai com instruções do que fazer, em assuntos sérios, no caso da ausência dele. Eu tremi.
Envelhecer é um verbo normal que cabe a qualquer pessoa que veja o tempo passar. Embora isso tenha se tornado um termo pejorativo para “virar velho”, de uma forma negativa, todo mundo envelhece um pouco a cada dia que passa. É um processo normal, mas que em algum momento pode bater na gente igual um safanão. “Meu Deus, estou envelhecendo.”
A pessoa mais velha e viva da minha família, hoje, é minha avó materna de 94 anos. Cara… quanta coisa ela já viu? Quanta revolução presenciou? Teve que aprender a viver novos estilos de vida, ganhou a companhia do rádio, da TV e até da internet. O que será que passa na cabeça da minha avó? Como será que ela encara essa idade? Eu tenho medo de perguntar. Eu tenho medo da partida da minha vó. Muito medo. E tento viver como se essa hipótese nem sequer existisse.
É muito estranho. A cada ano que passa, vamos chegando mais perto de uma linha final. Eu ainda não sei lidar com o assunto, evito até usar algumas palavras. Éramos crianças, do nada entramos na faculdade. De repente viramos trabalhadores e, logo logo, pais. Aí os filhos crescem, as asas abrem, os netos chegam, quem sabe os bisnetos… Caramba, a vida passa muito rápido.
Envelhecer é inevitável e eu até peço que seja possível comigo. Afinal, há quem tenha a vida interrompida antes de todo o processo. O que a gente faz com isso é que vai mudar todo o trajeto. Tento fazer um exercício diário de buscar os benefícios de estar vendo a vida passar. O primeiro deles é, de fato, viver. Viver é muito bom! Tem tanta coisa legal acontecendo, apesar das coisas ruins. Penso no amor que ganho da minha filha, nas coisas gostosas que decido comprar no mercado, na viagem que escolho fazer e pago sozinha. Penso em dirigir! Como é gostoso dirigir! Em silêncio, com música alta, ouvindo gente falando, sei lá! O que eu quiser ouvir.
A vida vai acabar. Isso é a única coisa que não podemos evitar. Mas antes que ela acabe, você escolhe vivê-la ou deixá-la passar sem emoção? Eu sinto medo, claro que eu sinto. Mas é como diz aquela frase: se der medo, vai com medo mesmo! E eu tenho ido. Graças a Deus, tenho ido…
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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
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