A epidemia da obesidade infantil
No Brasil, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso. Entenda o que é a doença e como combatê-la.
Assuntos abordados:
- A epidemia da obesidade infantil.
- As consequências da obesidade infantil.
- Como combater a obesidade infantil.
A obesidade infantil se tornou o problema crônico que mais acomete crianças no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 41 milhões de crianças com menos de 5 anos estão acima do peso. A projeção é que, em 2025, esse número aumente para 75 milhões, abarcando países desenvolvidos e em desenvolvimento. No Brasil, o sinal de alarme está aceso: uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos estão acima do peso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A obesidade infantil é um problema de saúde cada vez mais recorrente. É preciso frisar que ela pode gerar doenças não só na infância, mas também favorecer o surgimento de enfermidades na vida adulta”, alerta o pediatra do Hospital Águas Claras, Mário Carpi.
A epidemia da obesidade infantil
A obesidade infantil é uma doença causada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal na criança. “A principal causa é a alimentação inadequada, associada ao baixo gasto de energia, especialmente à ausência de atividade física. Mas fatores genéticos e hormonais também favorecem o excesso de gordura”, explica o pediatra.
Vários fatores contribuem para uma alimentação incorreta, como a farta disponibilidade de alimentos ultraprocessados, a praticidade do consumo e transporte proporcionados por esses alimentos e a alta palatabilidade devido às grandes quantidades de açúcar, gordura e sal. Para completar o pacote, muitas vezes a constante exposição dos pequenos a telas em geral, como TV, celulares e tablets, aumenta o nível de sedentarismo e o contato com publicidades e anúncios de doces e guloseimas.
Além disso, relata dr. Carpi, os hábitos alimentares dos familiares e cuidadores impactam fortemente a alimentação. “Muitas vezes, os pais não reconhecem nem o excesso de peso dos seus filhos, nem a correlação do problema à dieta e aos costumes familiares. Outras tantas vezes, reclamam que a criança come pouco, mesmo quando essa ingestão extra de alimentos não é necessária”.
Durante a pandemia do novo coronavírus, os índices de obesidade infantil no Brasil atingiram níveis ainda mais assustadores. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontou que as medidas de isolamento social adotadas ao redor do país influenciaram o aumento da doença. As conclusões foram publicadas na revista Jornal de Pediatria e devem deixar pais e cuidadores ainda mais vigilantes.
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As consequências da obesidade infantil
A obesidade está associada à ocorrência de diversos problemas de saúde durante a infância e a vida adulta. Alguns deles são:
– Colesterol alto.
– Diabetes.
– Gordura no fígado.
– Problemas cardíacos.
– Apneia.
– Lesões nas articulações.
– Estrias.
– Desvio de coluna.
– Cálculos biliares.
Outra questão advinda da condição é o estigma social que carimba a ferro e fogo os obesos. Os problemas psicológicos causados pelo preconceito e bullying sofridos por crianças obesas muitas vezes resultam em baixa autoestima, depressão e queda no desempenho escolar.
A doença pode, ainda, repercutir ao longo da vida. “Uma pessoa obesa na infância e na adolescência tem grande risco de permanecer acima do peso na fase adulta. Com isso, tem mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras patologias associadas ao peso elevado, levando, inclusive, à redução na sua expectativa de vida”, aponta Carpi.
Como combater a obesidade infantil?
O pediatra e a família devem estar estrategicamente posicionados no front da batalha. “Cabe a nós, pediatras, por exemplo, fazer o monitoramento do peso e da estatura da criança. Quando verificamos aumento excessivo de peso em relação à altura, especialmente se os pais forem obesos, recomendamos orientação nutricional com o objetivo de evitar o desenvolvimento da doença, já que reverter o quadro é mais difícil”, esclarece o doutor.
Também é função do pediatra orientar os pais e cuidadores sobre os elementos essenciais ligados à alimentação: o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida, medida que protege contra o excesso de peso, a introdução de alimentos complementares a partir do sexto mês de vida de forma correta e saudável, além de observar possíveis questões familiares que interfiram na alimentação da criança.
“Os hábitos da família interferem diretamente na preferência alimentar da criança. Quando não há em casa o cuidado de manter uma dieta saudável nem a adesão à prática de exercícios regulares, o risco dela se tornar obesa é bem maior. A criança é o reflexo do ambiente em que vive”, pondera o pediatra.
A influência familiar é, portanto, fundamental para moldar os gostos e o comportamento dos pequenos. Por isso, é importante a participação ativa deles na construção de um bom estilo de vida, que inclua atividades físicas regulares, o acesso a alimentos saudáveis e a limitação de tempo em frente às telas.
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