Cuidar

A importância do planejamento familiar

Conheça os principais métodos contraceptivos existentes e como utilizá-los com segurança para um bom planejamento familiar.

PUBLICADO POR

BB Seguros

sexta-feira janeiro 15, 2021

COMPARTILHE

No Brasil, a Lei Federal 9.263/96 defende que o planejamento familiar é direito de todo cidadão e se caracteriza por ações que regulam a fecundidade, evitando, assim, a gravidez indesejada. Em outras palavras, planejamento familiar é um conjunto de ações que permitem à mulher e à família o direito de ter quantos filhos quiser, no momento em que lhes for mais conveniente, com toda a assistência médica e psicológica necessária.

 

Para o exercício do direito ao planejamento familiar, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde da mulher.

 

De acordo com essa lei, mulheres e homens têm direito à esterilização cirúrgica (laqueadura tubária e vasectomia) se maiores de 25 anos ou com pelo menos um filho e, principalmente, se uma nova gravidez trouxer risco para a vida da mulher ou do futuro bebê.

 

Métodos contraceptivos

 

Existem diversos métodos contraceptivos que podem ser indicados pelo médico ginecologista. Eles podem ser medicamentosos ou cirúrgicos, reversíveis ou irreversíveis. É sempre importante lembrar que, antes de decidir qual anticoncepcional usar, é importante procurar orientação do médico para verificar os riscos e benefícios para a saúde.

 

Esse processo de escolha é individual e varia de pessoa para pessoa. A seguir, elencamos os principais métodos contraceptivos e suas características.

 

1 – Pílula anticoncepcional e injeção combinada

 

A pílula tradicional (aquela da cartela), em sua maioria, deve ser tomada por 21 dias seguidos, sempre no mesmo horário. Depois que os comprimidos acabam, se faz uma pausa de sete dias e começa uma nova cartela, seguindo o mesmo método. Esse tipo de pílula contém dois hormônios produzidos pelos ovários: o estrogênio e a progesterona.

 

A pílula pode ser usada desde a primeira menstruação com segurança e eficácia, mas alguns fatores de risco devem ser observados antes de começar o tratamento. O ideal é procurar um médico em busca de orientação.

 

Existe a possibilidade de usar anticoncepcionais injetáveis, que também têm como base hormônios similares aos do organismo feminino. Existem dois tipos de injetáveis: mensal e trimestral.

 

Tal qual as pílulas anticoncepcionais, as injeções mensais são compostas por estrogênio e progesterona. Com a interrupção da injeção mensal, a fertilidade da mulher pode retornar imediatamente ou gerar uma infertilidade transitória. Já com a trimestral, esse atraso na fertilidade pode ser maior.

 

A vantagem da injeção trimestral é que ela pode ser usada durante a amamentação sem interferência na produção do leite.

 

2 – Minipílula e pílula de emergência

 

A pílula anticoncepcional chamada de minipílula possui apenas o hormônio progesterona e precisa ser usada de forma contínua e sempre no mesmo horário.  Tradicionalmente, foi idealizada para ser administrada após o parto, porém, hoje, as pílulas de progesterona à base de desogestrel podem ser usadas fora desse período com a mesma eficácia dos anticoncepcionais combinados.

 

Já a anticoncepção de emergência, ou a popularmente chamada “pílula do dia seguinte”, só deve ser usada em emergências como falha em relação ao uso de algum método contraceptivo, se houve relações sexuais sem o uso de algum método anticoncepcional e por vítimas de violência sexual.

 

A eficácia maior se dá em até 72 horas após o ato sexual, mas ela pode ser utilizada até cinco dias depois da relação desprotegida. Se a mulher já estiver grávida, esse tipo de pílula não tem efeito. Só se a fecundação não tiver acontecido ainda.

 

3 – Dispositivo intrauterino (DIU)

 

O DIU é um pequeno objeto de plástico revestido de cobre ou com hormônios que é colocado no interior da cavidade uterina com fins contraceptivos. De caráter temporário e reversível, é conhecido como um método eficaz e de longa duração, sem efeitos colaterais. Depois de ser inserido, pode evitar a gravidez por até 10 anos. Ele age tornando o muco cervical hostil ao espermatozoide, o que impossibilita a fecundação ou gera uma reação inflamatória no endométrio, impedindo, assim, a nidação ou fixação do embrião nesse local. O dispositivo não interfere no prazer das relações sexuais nem na qualidade do leite materno.

 

O DIU pode ser usado por quase todas as mulheres, porém, há algumas restrições, como más-formações uterinas ou miomas intracavitários.

 

Por não evitar as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), esse método é contraindicado para mulheres que têm mais de um parceiro sexual e que não se previnem durante as relações sexuais.

 

4 – Preservativo (camisinha masculina)

 

O preservativo masculino, popularmente conhecido como camisinha, é uma capa de borracha (látex) que, ao ser colocada sobre o pênis, evita a transmissão das ISTs e do vírus causador da Aids. O preservativo também é um método contraceptivo que evita a gravidez.

 

6 – Camisinha feminina

 

O preservativo feminino é bem maior que o masculino, pois envolve toda a vagina e os grandes lábios. Ele é tão eficaz quanto a camisinha masculina, tanto como método contraceptivo como de prevenção da transmissão de HIV (Aids), sífilis, gonorreia, do vírus da zika e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

 

É fácil usar, é antialérgica e pode ser colocada pela mulher algumas horas antes da relação sexual.

 

Benefícios do planejamento familiar

 

A promoção do planejamento familiar, por meio do acesso a métodos contraceptivos preferidos por mulheres e casais, é essencial para garantir o bem-estar e a autonomia das mulheres.

 

Confira, a seguir, uma série de benefícios ao utilizar algum método de planejamento familiar.

 

1 – Quando a mulher tem autonomia sobre o corpo, ela pode escolher se e quando deseja engravidar, o que tem um impacto direto no seu bem-estar e na sua qualidade de vida.

2 – O planejamento familiar permite ainda que as mulheres alcancem um espaçamento maior entre as gravidezes e que as mulheres mais velhas, que apresentam mais riscos na gestação, possam ter mais controle sobre a sua saúde.

3 – Ao reduzir as taxas de gravidez indesejada, o planejamento familiar também reduz as complicações inerentes à gravidez e à gravidez na adolescência, com todas as suas complicações.

4 – Ajuda a prevenir doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids.

5 – O planejamento familiar reduz o risco de gravidezes não desejadas em pacientes que vivem com o HIV, resultando em menos bebês infectados e órfãos. Além disso, os preservativos masculinos e femininos fornecem dupla proteção contra a gravidez indesejada e as ISTs, incluindo o HIV.

6 – Melhora a educação sexual das pessoas, permitindo que elas façam escolhas baseadas na sua saúde sexual e reprodutiva.

 

Planejamento familiar × coronavírus

 

Ainda há pouca informação sobre os riscos de transmissão vertical do novo coronavírus (quando o feto é contaminado ainda no útero ou durante o parto) ou pelo leite materno. Para as pacientes que fazem parte do grupo de risco e precisam manter algum método contraceptivo, o acesso à pílula, a injetáveis e ao anel vaginal pode ser feito por meio de teleconsultas, com receitas eletrônicas por e-mail ou aplicativos específicos de saúde. Porém, o caso deve ser individualizado para se obter o melhor resultado.

 

Por outro lado, a colocação de DIU ou implante, que requer atendimento presencial, pode ser feito de forma segura, com o uso de equipamentos de proteção individual e outras medidas preventivas.

 

Para as mulheres que fazem uso de contraceptivos de longa duração em vias de atingir o prazo de validade aprovado, a recomendação é esperar o término do isolamento social para fazer a substituição.

 

Independentemente do método escolhido, é importante conhecer o próprio corpo e tomar uma decisão baseada em informação segura fornecida pelo médico.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Voltar
ao Topo