A terapia de reposição hormonal na menopausa é segura?
Nem toda mulher pode se valer da terapia para abrandar os incômodos provocados pela menopausa. Uma avaliação médica é fundamental.
Tempo estimado de leitura: 5 minutos e 40 segundos.
Assuntos abordados:
– O que é a terapia de reposição hormonal (TRH).
– Riscos da TRH oral.
– Outras formas de reposição hormonal.
– Alternativas não hormonais.
Ondas de calor, insônia, secura vaginal, sudorese, perda de libido e uma montanha-russa de humor. Esse combo de incômodos é sentido por boa parte das mulheres durante a menopausa devido à queda dos hormônios femininos. Por mais que pareça o caminho mais óbvio, a terapia de reposição hormonal (TRH) nem sempre é a melhor solução e só deve ser iniciada após uma minuciosa avaliação médica.
O ginecologista da Regional Brasília, Marcus Vinícius de Paula, explica o porquê: “A reposição hormonal devolve o bem-estar às mulheres que sofrem com os sintomas negativos da perimenopausa, que é o período que antecede a menopausa. No entanto, nem todas estão aptas para fazer o tratamento. É preciso avaliar se essa mulher já desenvolveu ou tem tendência a certos tipos de doenças, já que os riscos, nestes casos, às vezes, são potencializados pela reposição hormonal”.
A má fama da reposição hormonal correu o mundo em 2002, após o estudo da Women’s Health Initiative. Realizada nos Estados Unidos, a pesquisa associou a terapia à incidência de câncer de mama e doenças cardiovasculares. Os ensaios foram interrompidos e, após os resultados iniciais terem sido publicados, a popularidade da TRH despencou.
No Brasil, um levantamento da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), feito em 2019, revelou que 19,5% das brasileiras fazem ou já fizeram o tratamento. Em 2003, esse número aumentou para 37%.
Como funciona a reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal é realizada de acordo com a presença ou não do útero no organismo. Se a mulher tiver esse órgão, a TRH geralmente é feita com um estrogênio sintético e um progestagênio.
“Os estrogênios vão estimular o crescimento do endométrio, que é o tecido que reveste o útero, tornando-o mais espesso. Para evitar o acúmulo do tecido, fator de risco para o surgimento do câncer de endométrio, é administrado o progestagênio. Com ele, o endométrio não descama, porque a mulher, nesta fase, tem menstruação irregular ou interrompida”, esclarece o dr. Marcus. Uma médica ou médico devem avaliar o período necessário.
Riscos da TRH oral
Por serem ingeridos e processados pelos órgãos, os hormônios tendem a intensificar as chances de desenvolvimento de doenças e problemas de saúde. Confira alguns:
> Aumento da probabilidade de doenças cardíacas ou cerebrovasculares em mulheres com mais de 60 anos. Também pode acometer aquelas mais jovens com doença cardíaca estabelecida ou risco cardiovascular elevado, especificamente nos primeiros dois anos de uso.
> Sensibilidade nas mamas, inchaço, mudanças de humor, aumento na pressão arterial e sangramento uterino.
> Formação de coágulos sanguíneos, quadro propício à trombose.
> Maior chance de câncer de mama em pacientes com risco aumentado e/ou lesões precursoras.
> Aumento da tendência de desenvolvimento de câncer no útero em mulheres cujas terapias contêm somente estrogênio.
> Agravamento de diabetes descontrolada.
Mesmo assim, a TRH não deve ser vista como vilã. Muitas mulheres que não têm histórico pessoal nem familiar de câncer de mama e doenças cardiovasculares encontram, na reposição hormonal, um alívio.
“Hoje entendemos muito mais sobre a reposição hormonal, e os pesquisadores estão sempre em busca de substâncias cada vez mais seguras. Além disso, a terapia é capaz de atenuar todos aqueles sintomas desconfortáveis sentidos pela mulher no climatério, possibilitando uma melhor qualidade de vida”, ressalta o ginecologista.
Quando realizada de forma adequada e com indicação médica, a TRH também diminui o risco cardiovascular (infarto e derrame).
Outras formas de reposição hormonal
Além da opção oral, há ainda a possibilidade de repor os hormônios com o uso de adesivo, creme ou gel, que não são processados pelo estômago nem pelo fígado, diminuindo a chance de desencadeamento de doenças como diabetes ou hipertensão.
Opções não hormonais
Para quem não quer ou não pode fazer o uso dos hormônios sintéticos, existem outras alternativas. Uma delas é a terapia com moduladores seletivos do receptor de estrogênio, cujo efeito é local. Eles tornam a parede da vagina mais espessa e melhoram a lubrificação, aspectos afetados quando a mulher para de menstruar e, consequentemente, produzir o estrogênio.
Há também quem opte pela fitoterapia, embora ainda não haja consenso científico sobre os seus efeitos. Certas plantas possuem flavonoides, substâncias que atuam no organismo como repositores hormonais. Algumas delas são a soja, a erva-de-são-cristóvão, a kava-kava e o trevo-vermelho.
No entanto, o dr. Marcus Vinícius de Paula alerta ser fundamental uma avaliação médica durante a perimenopausa com o intuito de discutir as opções possíveis de terapia para cada caso.
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