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APLV em crianças: como lidar?

A Alergia à Proteína do Leite de Vaca tem se tornado cada vez mais conhecida. Entenda alguns aspectos importantes sobre a doença.

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BB Seguros

quarta-feira abril 7, 2021

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Tempo estimado de leitura: sete minutos.

 

Assuntos abordados:

 

– O que é a APLV?

– A APLV é o mesmo que intolerância à lactose?

– Quais são os sintomas da APLV?

– A APLV tem cura?

– Os sintomas da APLV surgem no momento da ingestão ou um tempo depois?

– Como é feito o diagnóstico da APLV?

– As mães que amamentam devem fazer uma dieta sem leite e derivados?

– Os utensílios de cozinha podem ter contaminação cruzada?

– Alguns alimentos contêm leite mesmo sem indicação no rótulo?

– Cortar leite e derivados pode fazer mal ao desenvolvimento da criança?

 

 

Ao mesmo tempo em que se torna cada vez mais recorrente entre as crianças, a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) continua sendo uma incógnita para mães, pais e cuidadores. Muitas dúvidas pairam em torno dessa doença, e é preciso esclarecê-las a fim de que os pequenos não sofram ainda mais com ela.

 

Elaboramos um pequeno guia de perguntas e respostas que pode servir de norte sobre os aspectos fundamentais relacionados à APLV. Mas vale lembrar que, em caso de suspeita, é preciso procurar o pediatra e realizar uma avaliação.

 

O que é a APLV?

 

“A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma alergia alimentar decorrente de uma resposta imunológica anômala, que ocorre após a ingestão e/ou contato com o leite de vaca e os seus derivados”, explica a pediatra da Maternidade Brasília, Juliana Sobral.

A APLV é mais frequente nas crianças, especialmente nos primeiros 24 meses de vida, pois o organismo ainda não está maduro o suficiente para processar as proteínas do leite de vaca.

 

 

A APLV é o mesmo que intolerância à lactose?

 

Não. A alergia alimentar geralmente é uma reação adversa ao componente proteico do alimento e envolve mecanismos imunológicos. Já a intolerância é uma reação adversa que envolve a digestão ou o metabolismo, mas não o sistema imunológico. Embora, de forma equivocada, esses termos sejam frequentemente usados como sinônimos, é importante estabelecer a diferença entre a intolerância à lactose e a Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV).

 

Apesar de compartilharem alguns sintomas como a diarreia, a APLV pode provocar reações bem mais graves e que vão além do sistema digestivo.

 

Quais são os sintomas da APLV?

 

Crianças com APLV podem apresentar um amplo espectro de sintomas, desde os mais simples aos mais severos. Algumas reações observadas são sangue nas fezes, cólicas, irritabilidade, rinite, diarreia, recusa alimentar, refluxo, vômitos, dermatite e broncoespasmos. “Em casos graves, pode provocar anafilaxia, o chamado choque anafilático, uma reação de hipersensibilidade aguda potencialmente fatal”, ressalta Sobral.

 

 

A APLV tem cura?

 

Sim. A reintrodução alimentar, sempre feita com um acompanhamento médico, pode ser realizada após um período de 6 a 12 meses com o objetivo de verificar se houve alterações na condição.

 

De acordo com um relatório publicado em 2012 pela European Society of Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN), cerca de 50% das crianças com alergia à proteína do leite de vaca desenvolvem tolerância com 1 ano de idade, cerca de 75% até os 3 anos e 90% até completar 6 anos.

 

 

 

Os sintomas da APLV surgem no momento da ingestão ou um tempo depois?

 

Há três tipos de sintomas que podem ocorrer após a ingestão de um alimento contendo a proteína do leite de vaca: imediatos, tardios ou mistos. Os imediatos surgem minutos ou poucas horas após o consumo e costumam ser mais graves e persistentes, como urticária, choque anafilático e vômito em jato.

 

As reações tardias podem aparecer dias ou até semanas após o contato com o leite, principalmente quando o paciente apresenta manifestações gastrointestinais.

 

Já as reações mistas podem ser tanto imediatas, logo após a ingestão do alimento, quanto tardias, surgindo horas ou dias depois. Asma, refluxo e baixo ganho de peso são exemplos de sintomas tardios.

 

 

Como é feito o diagnóstico de APLV?

 

Geralmente, o diagnóstico da APLV é complexo e depende dos sintomas apresentados, mas pode compreender quatro etapas:

  • História clínica.
  • Dieta isenta das proteínas do leite.
  • Teste de provocação oral.
  • Exames laboratoriais.

 

Os testes cutâneos e a pesquisa de anticorpos IgE específicos, produzidos pelo corpo em certas reações alérgicas ao leite, só podem ser aplicados quando há suspeita de alergia alimentar IgE mediada, ou seja, no caso de sintomas como urticária, angioedema, broncoespasmo e anafilaxia.

 

Quando as reações à APLV são tardias, o corpo não produz anticorpos IgE específicos, pois a resposta é desencadeada por outras células. Dessa forma, não é possível identificar a APLV por meio de exames. A história clínica e as mudanças na dieta costumam ser medidas indicadas.

 

 

As mães que amamentam devem fazer uma dieta sem leite e derivados?

 

Sim. Embora não seja fácil, é preciso procurar um profissional e elaborar um plano nutricional para que a exclusão do leite e de quaisquer derivados seja feita da maneira adequada, sem riscos à mãe e ao bebê.

 

Os utensílios de cozinha podem ter contaminação cruzada?

 

“Utensílios plásticos e esponjas devem ser separadas para o uso exclusivo de crianças com APLV, porque são materiais porosos que retêm resíduos alimentares. Os demais utensílios, se bem higienizados, podem ser reutilizados por elas”, recomenda a pediatra do Hospital Brasília.

 

Alguns alimentos contêm leite mesmo sem indicação no rótulo?

 

Sim. Caseína, caseinato, lactoalbumina, lactoglobulina, lactose, lactulose, proteínas do soro, sabor artificial de manteiga, caramelo e manteiga são algumas das substâncias que podem indicar a presença de proteínas do leite.

 

Cortar leite e derivados pode fazer mal ao desenvolvimento da criança?

 

“Não, mas é preciso acompanhamento médico para que o cálcio e outros nutrientes provenientes do leite de vaca sejam substituídos de forma correta na dieta”, alerta Sobral.

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, pelo menos 30% das necessidades nutricionais da criança devem vir do leite e, de acordo com a pirâmide alimentar, são recomendadas três porções de lácteos por dia. Por isso, o acompanhamento de um profissional é fundamental para a elaboração de uma dieta adequada.

 

 

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