As roupas que não cabem mais
Texto autoral de uma mãe da rede Espichei
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 3 minutos
Assuntos abordados:
– Roupas que não cabem mais
– Lembranças dos nossos trajes de infância
– As delícias de uma roupa nova
– Doação e desapego
Toda vez que preciso me desfazer das roupas de minha filha, sinto uma leve melancolia no peito. Saem dos cabides vestidos que nem chegou a usar. Me desfaço de sapatos que só andaram uma ou duas vezes. Há pijamas que a vesti até que a barriguinha começasse a ficar de fora, tamanho apego pela peça. Vejo minha bebê se transformando em menina e aqueles pedaços de tecido, pelos quais tanto senti afeto, passam a virar memória ou desapego.
Sabe que me lembro de algumas roupas da minha infância? E, também, de episódios engraçados. Recordo-me de, no calor de uns 30 graus, eu bater os pés para minha mãe, dizendo que queria usar um vestido de mangas compridas – de plush! – para ir a um aniversário. Também lembro da época das saias rodadas, inspiradas nas dançarinas de lambada, e de exigir que as saias que me fossem compradas, rodassem quando eu girasse.
Claro, não fica por aí. Tenho lembranças das roupas de personagens infantis, dos camisetões extremamente folgados e largos, dos moletons amarrados na cintura e dos vestidinhos estilo salopete, que me deixavam com ares de bonequinha. Sinto, quase que palpável, uma saudade daqueles trajes tão vazios de questões densas da vida adulta. Olho agora, para as peças que formam uma pilha em cima do móvel, e desejo que minha filha tenha as mesmas boas memórias de uma época gostosa que viveu.
A parte boa do tempo passar é que a gente pode transformar a vida de outras pessoas. Daqui de casa, saem sacolas enormes de doações para pessoas que precisam do nosso apoio. Além disso, peças com memória afetiva são repassadas para familiares ou amigos próximos, que seguirão contando histórias com aquela roupinha.
Há, também, a opção de empreender: a tecnologia trouxe cada vez mais a possibilidade de participarmos dos “grupos de desapego”, onde pais e mães têm a oportunidade de rentabilizar em cima de trajes que seguem impecáveis e que, pela natureza da atividade, ainda pregam um quê de sustentabilidade – roupas reaproveitadas significam uma roupa nova a menos circulando por aí e um resíduo a menos a ser abandonado no planeta. Um exemplo clássico é o do Espichei, que nasceu em Brasília com grupos visando o desapego e, em cinco anos, se consolidou como rede materna paterna que conecta mais de 5 mil famílias, promovendo diversas trocas valiosas e o consumo consciente.
Não sei como você encara essa questão, mas eu adoro a possibilidade de poder vestir-me numa roupa nova – mesmo que ela seja usada. De poder escolher um traje de aniversário para minha filha. De comprar roupinhas temáticas para as épocas do ano ou datas comemorativas. Dou enorme valor ao privilégio de um armário cheio e sinto a partida das peças que fizeram boas memórias, mas sabendo que completarão os armários de alguém que precisa mais delas. Hoje, me desfaço não só de pedaços de tecido: me despeço de fragmentos da história de minha filha, que tem poucos anos de vida, mas que já rendeu muitos episódios maravilhosos para o livro da nossa vida.
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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
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