Em busca da própria identidade
Texto autoral de uma mãe da rede Espichei
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 3 minutos
Assuntos abordados:
– Voltar a se reconhecer
– Novas formas do corpo
– Pressão estética
– Acolher a si mesma
Foi difícil me reconhecer. Levou tempo. Você imagina que loucura é um corpo que se modifica a ponto de gerar um bebê que, a termo, pode nascer com uma média de três quilos e 50 centímetros de comprimento? Nosso corpo é uma máquina perfeita. Sabe direitinho o que fazer. Mas há algo nesse mesmo organismo que pode precisar de tempo para readaptações. E foi assim mesmo que meu cérebro reagiu.
Acredito que acomete muitas mulheres a angústia de se ver ao espelho com novas formas. Não dá para julgar moças que viveram uma vida inteira sob pressões estéticas e com ideias de padrão de corpo magro, porém curvilíneo. Há quem ache a barriga da gravidez maravilhosa – eu mesma achava –, mas o que vem depois do parto pode ser uma peleja entre nós mesmas e o retorno ao que éramos antes.
Lembro que afirmava que gostaria de amamentar muito, porque diziam que ajudava a emagrecer. Hoje, ao ler essa frase que eu mesma digito, chego a me arrepiar. Primeiro porque isso nem deveria estar associado a um ponto de vista estético. Dizer que é um fenômeno fisiológico, tudo bem, mas sabemos que não é só pelo fato em si que as pessoas correm para contar isso para gestantes e puérperas. Depois, porque a amamentação foi uma das coisas mais difíceis da minha maternidade e, em vez de me preocupar com os quilos que ela eliminaria, eu devia ter focado em tornar aquele momento o menos desgastante possível.
Passados alguns dias do nascimento, poucas semanas, o primeiro mês, é possível que você comece a ouvir comentários e cobranças externas. Dizem que você precisa se cuidar para o seu marido. Falam que você não pode se entregar ao desleixo. Ao invés de comentarem o bom trabalho que você está fazendo como mãe, comentam sobre possíveis roupas que já voltaram a caber e como você está perdendo peso rápido – ou demorando a perdê-lo. Uma mãe em puerpério pode querer ouvir elogios, sim, pois está num momento sensível e num processo de volta à sua própria identidade. Mas indiretamente pressioná-las a se ater a forma física ou a outro tipo de artifício relacionado a embelezamento chega a dar uma sensação de tortura.
Nem todas as mulheres percorrerão a estrada mais difícil. Há quem passe pelo pós-parto de forma mais serena, rodeada de pessoas generosas e compreensivas e com uma mente tranquila e o pensamento no lugar. Eu tive pessoas maravilhosas ao meu lado, mas a minha própria cabeça jogava contra. Só depois que o desafio de me encarar ficou mais fácil é que passei a ter mais carinho com meu corpo e com a forma como ele trouxe minha filha ao meu mundo e ainda a alimentou.
Se disser que me reconheço, posso estar mentindo. Mas o que posso afirmar é que me acolho. Esse corpo que é só meu e que me sustenta é perfeito em todas as suas imperfeições. Eu quero – e me importo – com a saúde. Para cuidar da minha filha, torná-la um ser humano digno e ensiná-la que nós somos incríveis do jeito que somos ou passarmos a ser.
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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
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