Endometriose: aprenda a identificar os sinais para iniciar o tratamento precoce
7 de maio marca a luta internacional contra essa doença ginecológica
Assuntos abordados
- Endometriose
- Cólicas intensas
- Dificuldade para engravidar
- Fatores emocionais
- Fatores conjugais
- Fatores genéticos
Neste 7 de maio, data internacional de luta contra a Endometriose, o blog BB Primeiros Passos traz uma reflexão sobre essa doença silenciosa que atinge, só no Brasil, uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva, considerada dos 15 aos 45 anos. A endometriose pode afetar qualquer órgão do corpo humano, sendo os locais mais comuns o ovário, útero, ligamentos uterinos, intestino e bexiga. A cólica menstrual intensa e progressiva é o principal sintoma, que não deve, de forma alguma, ser menosprezado.
“Pacientes que possuem cólicas menstruais intensas, incapacitantes e que as impossibilita de praticar suas atividades cotidianas devem ser investigadas. Normalmente estas mulheres já possuem os sinais da endometriose desde a primeira menstruação, mas, por ser taxada como uma ‘cólica normal’, elas não se preocupam. É nesse momento que precisam do acompanhamento médico”, alerta o ginecologista da Maternidade Brasília, Marcus de Paula. Segundo ele, devem ser observados também sinais de sangramento intestinal, diarreia ou constipação intestinal; sangramento na urina, incontinência ou desconforto ao urinar mesmo sem infecção.
Além das consequências físicas, a endometriose impacta a qualidade de vida pessoal, profissional e também a conjugal. Estimativas da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) apontam que um terço das pacientes com esse diagnóstico enfrentam problemas de fertilidade. E para que o sonho de construir uma família não seja interrompido, aconselha-se uma avaliação ginecológica de rotina para avaliar os sintomas e fazer o diagnóstico o mais precoce possível.
Tratamento – Às mulheres diagnosticadas com endometriose, as opções de tratamento são individualizadas, pois a doença se manifesta por vários sintomas. Em alguns casos, as técnicas de reprodução assistida são recomendadas, sobretudo para pacientes que se submetem, com frequência, às cirurgias, podendo prejudicar mais ainda a função ovariana, ou pacientes que estão no limite da sua fase reprodutiva e com poucos óvulos.
Confira cinco dicas para manter os cuidados básicos e preventivos:
- Consultar, com periodicidade, um ginecologista
- Realizar exames de imagem direcionados para a endometriose
- Prática contínua de atividades físicas aliada a uma alimentação saudável
- Evitar contato com toxinas ambientais presente em utensílios que armazenam alimentos (metais e plásticos)
- Aumentar consumo de alimentos ricos em ômega-3
#EuVenci – Lucyara Simplicio, enfermeira, 41 anos
“Após 3 anos tentando engravidar sem sucesso – realizei videolaparoscopia e 20 dias depois fui hospitalizada com pneumotórax catamenial. Foi necessário procedimento cirúrgico e precisei ficar internada uma semana na UTI, pois já havia focos do endométrio no diafragma. Depois disso, passei pelo procedimento de fertilização para conseguir engravidar minha primeira filha e, quando eu me preparava para um novo processo, engravidei naturalmente do meu filho caçula. No dia a dia eu preciso manter meu ciclo menstrual bloqueado, pois posso ter recidiva do quadro pulmonar, mas considero que tenho uma ótima qualidade de vida”.
PERGUNTAS FREQUENTES
O que é a endometriose?
Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de endométrio fora do útero. O endométrio é a camada que reveste internamente a cavidade uterina e é renovado mensalmente por meio da descamação durante o fluxo menstrual. Em algumas situações, este tecido, além de ser eliminado em forma de menstruação, pode se alojar nas tubas, alcançar e se depositar na cavidade pélvica e abdominal, formando a doença que, por vezes, é de caráter crônico e progressivo.
O que causa a endometriose?
A causa da endometriose é multifatorial e, ainda não existe compreensão completa sobre a origem da endometriose. Sabemos que existem uma série de fatores imunológicos, genéticos, fatores de crescimento e alterações enzimáticas envolvidas que tornam o endométrio de pacientes portadoras mais susceptível ao desenvolvimento da doença.
Como saber se tenho endometriose?
Toda a mulher com sintomas de dor pélvica, cólicas intensas no período menstrual ou dor durante e após a relação sexual deve procurar um ginecologista para investigação e tratamento adequado. O diagnóstico é feito por meio da suspeita clínica no exame de rotina e confirmado através de exames de imagem especializados.
Por que é difícil chegar ao diagnóstico definitivo?
O diagnóstico se torna difícil pelo principal sintoma da paciente ser a dor, que é subjetiva e comumente menosprezada, seja pelos familiares, seja pelo círculo social da paciente. Adicionalmente, os exames de rotina não conseguem detectar pequenas alterações, sendo necessário uma investigação mais profunda.
Qual é o melhor tratamento?
A endometriose é uma doença que pode ter várias apresentações, portanto o tratamento é individualizado e proposto conforme cada situação específica dependendo da idade, do tipo da doença, sintomas e desejo de gravidez da mulher. As principais formas de tratamento são: o tratamento clínico medicamentoso, o tratamento cirúrgico e os procedimentos de reprodução assistida nos casos de infertilidade.
Posso engravidar tendo endometriose?
Sim, quem tem endometriose pode engravidar, embora tenha menos chance de conseguir engravidar naturalmente, dependendo da intensidade da doença. A doença faz com que o número e qualidade dos óvulos seja menor, podendo também comprometer as trompas. Além disso, a inflamação e as aderências dificultam a fecundação. Nenhum medicamento consegue melhorar a chance de gravidez espontânea. Formas de alcançar a gravidez: cirurgia com eliminação de todos os focos e técnicas de reprodução assistida.
Por que dizem que a endometriose é a doença da mulher moderna?
Hoje, um dos fatores que ajuda a explicar mais casos de endometriose e a maternidade tardia e o menor número de filhos. No início do século 20, a mulher menstruava cerca de 40 vezes e hoje tem, em média, 400 menstruações durante a vida reprodutiva. Estresse, ansiedade e fatores genéticos ou ambientais também podem estar relacionados à incidência da doença.
A endometriose é hereditária?
Estudos apontam que pode existir um fator hereditário, porém, outros aspectos devem ser avaliados. Sabe-se que existe uma tendência familiar no desenvolvimento da endometriose. Se a mãe ou a irmã de uma mulher possui a doença, ela tem um risco sete vezes maior de desenvolvê-la do que as outras.
Mulheres com endometriose tem gravidez de alto risco?
Complicações na gravidez relacionadas à endometriose são raras e não existem evidências científicas que sugerem acompanhamento pré-natal diferente do convencional. Alguns estudos demonstraram um pequeno aumento de casos de abortamento, trabalho de parto prematuro e restrição do crescimento fetal, porém não há resultados conclusivos. A endometriose pode, contudo, aumentar o risco de placenta baixa.
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- Com informações da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE)
Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos.
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