Exames no recém-nascido: quais são e para que servem?
O nascimento de um bebê é um momento de muita alegria. Porém, é necessário que, ainda na maternidade, seja realizada na criança uma série de exames imprescindíveis para prevenir diversas doenças, já que, quanto mais cedo o diagnóstico, melhores serão as chances de tratamento.
Assim que o bebê nasce, há uma série de exames que precisam ser realizadas. Você está por dentro de quais tipos devem fazer parte dos primeiros dias do recém-nascido? Veja as orientações!
1. Teste do Pezinho
O exame é muito importante porque rastreia, de forma precoce, doenças graves, de modo que o diagnóstico possa ser realizado antes do aparecimento dos primeiros sintomas. O teste do pezinho leva esse nome por ser realizado com gotas de sangue coletadas do calcanhar do bebê. “O teste deve ser feito nas primeiras 24 horas de vida do bebê, o mais cedo possível, e não deve ultrapassar o quinto dia de vida dele, pois, em 50% dos casos, os sintomas aparecem no sétimo dia de vida. Aqui na Maternidade Brasília nosso exame detecta 34 doenças”, explica a médica. Algumas doenças rastreadas:
- Fenilcetonúria
Doença genética provocada pela ausência ou diminuição da atividade da enzima hidroxilase que pode levar ao atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), à deficiência mental, ao comportamento agitado ou padrão autista e até mesmo gerar convulsões.
- Hipotireoidismo congênito
É uma doença causada pela incapacidade de a glândula tireoide do recém-nascido produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos. Sem o diagnóstico e tratamento precoces, a criança terá o crescimento e o desenvolvimento mental seriamente comprometido. A abordagem terapêutica da doença consiste na reposição dos hormônios tireóideos deficitários.
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- Anemia falciforme
Também conhecida como doença falciforme, a enfermidade é genética e provoca fortes dores e fadiga intensa e pode atrasar o crescimento do bebê, além de ocasionar problemas neurológicos, cardiovasculares e pulmonares. O ideal é que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, com acompanhamento do hematologista, esquema vacinal especial e suplementação com ácido fólico.
- Fibrose cística
O transtorno crônico atinge os pulmões, o pâncreas e o sistema digestivo e pode provocar má absorção intestinal, o que faz com que a criança tenha dificuldade para atingir o peso corporal ideal.
O tratamento do paciente com fibrose cística consiste em acompanhamento médico regular, suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória, além do esquema vacinal habitual. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, melhores são as chances de tratamento precoce para que o bebê se desenvolva bem.
2. Teste da Orelhinha
A triagem neonatal auditiva – ou teste da orelhinha – ajuda na identificação de perdas auditivas nos recém-nascidos. Obrigatório por lei, esse exame deve ser realizado ainda na maternidade, no segundo ou terceiro dia de vida da criança. Totalmente indolor, o teste da orelhinha não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos. Pode ser feito inclusive com o bebê dormindo. Se alguma alteração é identificada, o recém-nascido é encaminhado para um especialista para a realização de exames complementares. Caso seja identificada a perda auditiva, a criança deverá ser acompanhada imediatamente por um atendimento multidisciplinar.
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3. Teste do Olhinho
De acordo com a Dra. Sandi Sato, o teste do olhinho – ou teste do reflexo do olho vermelho – é um exame rápido e totalmente indolor e, na primeira avaliação física do bebê, o exame detecta precocemente uma série de doenças oculares, como catarata infantil, retinoblastoma, glaucoma e estrabismo. O exame é bem simples e consiste na verificação da presença de um reflexo vermelho ou alaranjado quando é aplicado um feixe de luz sobre o olho do bebê (fenômeno semelhante ao observado nas fotografias).
A ausência do reflexo vermelho no olhinho do bebê pode indicar um comprometimento de estruturas oculares ocasionado por alguma enfermidade, como catarata, glaucoma, toxoplasmose e retinoblastose, entre outras doenças. A avaliação oftalmológica precoce é determinante para o bom desenvolvimento visual da criança, e, caso apareça qualquer alteração, o bebê deverá ser encaminhado para a realização de exames complementares com equipe especializada.
4. Teste do Coraçãozinho
Por meio da oximetria de pulso, o teste do coraçãozinho faz o rastreamento de cardiopatias congênitas. Todo ano, no Brasil, estima-se que nasçam aproximadamente 30 mil crianças com cardiopatia congênita. O teste do coraçãozinho é um exame obrigatório, rápido e indolor e que deve ser realizado nas primeiras 24–48 horas de vida do recém-nascido, antes mesmo de sua alta hospitalar. Caso o médico detecte alguma alteração, o bebê é submetido a um ecocardiograma, que confirma ou exclui o risco de doenças cardíacas. Durante o pré-natal, o exame de ultrassom morfológico também pode ajudar a identificar suspeitas clínicas da doença.
5. Tipagem Sanguínea
A tipagem sanguínea constata se o fator sanguíneo do recém-nascido é positivo ou negativo, bem como se o seu tipo de sangue é A, B, AB ou O. O exame é obrigatório e importante para o caso de emergências médicas. É feito com o sangue do cordão umbilical, assim que o bebê nasce. Nesse exame, é possível rastrear o risco de incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o bebê, que pode gerar uma série de doenças, como o possível quadro de icterícia neonatal.
6. Teste da Linguinha
O teste da linguinha é um exame que possibilita diagnosticar limitações dos movimentos da língua que podem comprometer funções digestivas – como sugar, engolir e mastigar – e a fala. O exame não tem contraindicações e deve ser feito ainda na maternidade por um profissional da área da saúde qualificado, como um fonoaudiólogo. Dependendo da gravidade da patologia identificada pelo teste, ela pode também impactar o desenvolvimento da linguagem e até mesmo tornar o processo do aleitamento doloroso.
Além de todos os exames citados anteriormente para descobrir prematuramente possíveis doenças, não podemos nos esquecer da importância da vacinação infantil. Nos primeiros meses de vida, o bebê recebe, em períodos específicos, determinada vacina, que o protege de diferentes doenças. Não deixe de vacinar seu filho, pois isso é um gesto de amor!
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