Menopausa e perda de libido: crenças e verdades
Muitas vezes, a falta de apetite sexual durante o processo da menopausa, e também após, está associada a fatores físicos ou psicossociais.
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Assuntos abordados:
– A menopausa está diretamente ligada à perda de libido?
– Possíveis causas da diminuição do apetite sexual:
> Fatores hormonais.
> Fatores culturais.
> Fatores ligados a doenças.
> Fatores físicos.
> Fatores conjugais.
– Terapia de reposição hormonal.
É verdade que a queda dos hormônios sexuais femininos na menopausa também faz cair a libido das mulheres, mas essa não é a única causa. Alterações físicas e psicológicas, desequilíbrio conjugal e, até mesmo, fatores culturais estão envolvidos na perda do apetite sexual.
Durante a perimenopausa ou climatério, por volta dos 50 anos, o estrogênio e a progesterona diminuem até cessar por completo, culminando na menopausa. Se acontecer antes, o evento é chamado de menopausa precoce.
A diminuição dos chamados hormônios femininos pode, de fato, resultar em perda da libido. “No entanto, a testosterona, hormônio diretamente ligado ao apetite sexual também nas mulheres, não para de ser produzida após a menopausa, diferente do estrogênio e da progesterona. Ou seja, a diminuição da libido não está necessariamente ligada à menopausa, mas está associada também a outros fatores psicológicos e sociais”, relata o ginecologista da Regional Brasília, Marcus Vinícius de Paula.
Algumas mulheres, até mesmo, chegam à menopausa com mais vontade de fazer sexo. Nesse quesito, não há regra. Mas por que, então, há muitos relatos de perda de apetite sexual durante esse período?
Vamos refletir sobre algumas possíveis causas.
Fatores hormonais
Durante o climatério, a queda dos hormônios femininos (estrogênio e progesterona) provoca diversos incômodos, como insônia, variações de humor e ondas de calor. Muitas vezes, os efeitos colaterais provocados pela diminuição hormonal influenciam mais na libido do que a queda das substâncias em si.
Outro problema enfrentado por mulheres durante o processo e após a menopausa é a secura vaginal, que provoca desconforto durante o ato sexual. Quanto a isso, há no mercado uma vasta oferta de produtos que compensam a lubrificação perdida. Mas vale lembrar: a excitação vem do cérebro. Por isso, o mais importante é estar com a mente preparada para o ato.
Fatores culturais
Um grande tabu gira em torno do desejo sexual na mulher madura. A sociedade a vê após a menopausa como alguém que já cumpriu a sua função reprodutiva, quase um ser assexuado. No entanto, o empoderamento feminino, associado ao aumento da expectativa de vida, trabalha para quebrar essa barreira, já que muitas mulheres sentem desejo de fazer sexo mesmo após esse ciclo.
Fatores ligados a doenças
A menopausa acontece em um momento no qual o corpo está propenso a desenvolver outras doenças. “A diabetes descontrolada, por exemplo, compromete a circulação, o que influencia na capacidade de se excitar”, explica o dr. Marcus De Paula.
Fatores físicos
À medida em que envelhece, a mulher perde a tonificação do seu assoalho pélvico, um conjunto de músculos e ligamentos que fazem a sustentação de órgãos como a bexiga, o útero, o reto, o intestino e todo o conteúdo que fica na parte baixa do abdômen. Tal afrouxamento tende a diminuir a intensidade das contrações durante o orgasmo. Para isso, existe a fisioterapia do assoalho pélvico, por exemplo os exercícios de Kegel, que têm por objetivo fortalecer a região.
Outra questão é a briga com a balança. Embora a menopausa não engorde, com a idade, o metabolismo diminui, e a mulher tem mais tendência a acumular gorduras e líquidos, o que contribui para o ganho de peso. Com a pressão pela magreza imposta pela sociedade, o reflexo no espelho pode resultar em insatisfação e baixa autoestima.
Fatores conjugais
De nada adianta fazer terapia e comprar os últimos lançamentos de lubrificantes da sex shop se você não está numa boa relação com seu o parceiro ou parceira. Alguns problemas de saúde, os quais dificultam a ereção ou falta de desejo pela pessoa, por exemplo, não são resolvidos com produtos e cosméticos.
Sobre a terapia hormonal
Além de avaliar os pontos citados acima, existe um tratamento que, de maneira geral, devolvem à mulher as condições favoráveis à libido: a terapia de reposição hormonal (TRH).
“A reposição hormonal alivia inconvenientes como ondas de calor, secura vaginal, insônia e variações de humor, devolvendo o bem-estar a essa mulher. No entanto, é preciso uma avaliação minuciosa para verificar se ela está apta, visto que existem impeditivos, como doenças cardiovasculares descompensadas, diabetes descompensada, distúrbios hepáticos e trombose”, alerta o ginecologista.
Além dessa avaliação, a reposição hormonal precisa ser administrada dentro de uma janela de oportunidade, em média cinco anos depois do início dos sintomas da menopausa.
Para quem não quer fazer a TRH ou tem contraindicação ao uso de hormônios, há outras alternativas que combatem os efeitos da baixa hormonal, como os moduladores seletivos do receptor de estrogênio, cujo efeito é local. Eles tornam a parede da vagina mais espessa e melhoram a lubrificação, aspectos afetados quando a menstruar cessa, e, consequentemente, a produção de estrogênio é interrompida.
Clique aqui e leia um texto inteiramente dedicado à TRH, avaliando os seus prós e contras e para qual tipo de perfil ela é indicada.
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