Os gastos mudaram

Tempo estimado de leitura: aproximadamente 3 minutos

Assuntos abordados:

– Gastos da pessoa solteira

– Gastos da pessoa com filho

– Educação financeira

– Previdência privada

Eu ganhava um salário razoável para uma pessoa de 20 e poucos anos. Ainda morava com parentes, então não pagava aluguel, mercado, nem outras contas robustas. Eu sei, um privilégio do caramba. Era essa a minha vida e era bom. O dinheiro que eu recebia do trabalho era para pagar conta de celular, academia, viagens e saída com os amigos. Poucas preocupações.

A última vez que saí do país, por exemplo, foi em 2015. Como eu disse, o salário era razoável, então dava para fazer os passeios, mesmo que com um orçamento total reduzido. E por mim tudo bem! Eu viajei assim mesmo, foi divertido para caramba e deu para cumprir tudo que eu havia listado. Mas aí, em março de 2017, minha vida mudou…

Eu não era uma pessoa muito organizada com as finanças, só guardava um bocadinho na poupança quando dava. Também não era (e continuo não sendo, para ser honesta) muito entendida sobre investimentos e sobre o melhor caminho para aplicar o meu dinheiro. Para completar, não chegava a ser compulsiva, mas gostava de gastar. Só que quando o teste de gravidez deu positivo, muitas coisas precisaram mudar.

O meu ganho mensal passou a ser insuficiente. Senti falta de não ter recebido, no passado, uma educação financeira que me garantisse um pouco mais de sabedoria para lidar com lucros individuais. Nós crescemos estudando matemática, biologia, física, coisas tão específicas que deixamos de usar depois de um tempo, mas não aprendemos a lidar com dinheiro, sentimentos, habilidades domésticas e outras coisas tão ou mais importantes para o nosso dia a dia.

Aí, em novembro, ela veio. E não é novidade que criar um filho no Brasil é caro. Queremos pagar a melhor escola, dar as melhores condições e, se possível, presentear com uma coisinha aqui, outra ali. Graças à incrível rede de amigos e de parentes, ganhei todo o meu enxoval. Então, me vi obrigada a investir dinheiro em algo mais útil. Assim que minha filha nasceu, abri uma previdência privada em seu nome e passei a depositar um valor ridiculamente simbólico, para que quando ela chegar aos 18 anos, tenha sua própria reserva financeira.

Não importa quantas contas eu acumule ao longo dos meses, preciso dormir tranquila ao pensar sobre o futuro da minha menina. Já tenho pensamentos alarmantes sobre as profissões que deixarão de existir – coisa de gente ansiosa, sabe – e quero garantir que ela tenha algo com o que contar. Me comprometi, também, a buscar meios de ensiná-la sobre o valor do dinheiro, como o ganhamos e de que jeito devemos gastá-lo. Afinal, se sinto que faltou para mim, não quero que seja um buraco para ela.

Se você acha que mudei a ponto de virar um exemplo de mulher organizada financeiramente, preciso te avisar que não é bem assim. Eu sigo numa batalha de reparar a falta de conhecimento do passado versus a necessidade de conhecimento para o futuro. Nunca é tarde demais para nos organizarmos e recomeçarmos. E antes que a minha filha tenha uma percepção mais clara disso tudo, farei essa revolução por mim e por ela!

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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos

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