Qual o segredo para educar os filhos? Veja dicas!
Brigas entre irmãos, o desinteresse pelo estudo e a dificuldade de cumprir rotinas podem ser possibilidades de ensinar sobre auto responsabilidade e respeito.
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 6 minutos
Assuntos abordados:
– Criação dos filhos
– Desafios familiares
– Neurociência
– Culpa dos pais
– Rotina em casa
– Importância do brincar
O dia a dia e educar os filhos filhos sempre foi um dilema para pais, mães, professores e cuidadores em geral. Algumas vezes o problema é alimentação, outras a briga com os irmãos, o desinteresse pelo estudo ou até mesmo a hora do banho… Agora, no pós-pandemia, esses comportamentos podem ter se intensificado, desgastando ainda mais as relações, sejam elas familiares ou escolares. Diante desses desafios e de outros tantos que podem surgir ao longo da jornada da maternidade, a psicologia, a filosofia, a neurociência e o coaching se unem para auxiliar na ousada tarefa de educar uma criança.
Cada uma dessas ciências contribui para a reconexão das famílias – uma mudança que se dá, por um lado, pelas mais recentes descobertas científicas e, por outro lado, pela sustentabilidade das abordagens, especialmente da teoria Cognitivo-Comportamental e da Gestal-Terapia. Quem explica é a psicóloga Marcia Belmiro, fundadora e diretora técnica do ICIJ – Instituto de Crescimento Infanto Juvenil. A especialista, que é autora de “Meu filho tem jeito”, um livro de cabeceira para lidar com assuntos do cotidiano, busca resolver os problemas com a rotina das crianças e seus comportamentos desafiadores.
Marcia defende a importância de simplificar a vida familiar, possibilitando a criação de crianças emocional e mentalmente saudáveis, empáticas e com espírito crítico, o que facilita a forma de educar os filhos. “Todos que lidam com o universo infantil podem se beneficiar de ferramentas de fácil aplicação e experimentar novas soluções para equacionar os problemas dentro de casa – inclusive e principalmente aqueles pequenos problemas do dia a dia que mais nos desgastam”.
Confira os principais trechos da entrevista:
A pressão sobre as mães é muito grande em relação à criação dos filhos. Mas o que você considera preciso para que cuidadores, de forma geral, se libertem da culpa de não estar criando as crianças da melhor forma?
MB: Costumo dizer que se a culpa ajudasse em alguma coisa, eu seria a primeira a apoiá-la. A culpa só faz a pessoa se sentir mal e, mais que isso, ficar presa no lugar em que está. E a culpa muitas vezes vem da comparação com as supostas vidas perfeitas que a gente vê por aí. Mas a vida perfeita não existe. Então, deixe de comparar sua maternidade com a maternidade de outras pessoas, porque por trás das fotos e dos filtros, provavelmente também está uma mãe que se culpa por alguma coisa que acredita que deveria estar fazendo com perfeição e não está.
O que você diria que é um bom indicativo de que um filho está tendo uma boa criação?
MB: Eu entendo como conceito de boa criação a ideia de bem-estar de todo o sistema familiar, de modo que pai, mãe (independentemente de estarem juntos ou separados) e filhos têm clareza dos princípios que regem sua família; são capazes de enfrentar juntos as inevitáveis dificuldades que a vida traz, seja na escola, seja no trabalho; conseguem comunicar o que pensam e sentem uns aos outros com confiança e, assim, podem construir juntos um futuro de relações positivas e saudáveis.
Educar os filhos. Como fica o lado emocional?
Como cuidadores podem garantir uma educação emocional adequada às crianças?
MB: Daniel Siegel, neurocientista estudioso do cérebro infantil, diz que conforme a criança se desenvolve, seu cérebro “espelha” o cérebro de seus pais. Então, o próprio crescimento do pai e da mãe (ou a falta desse crescimento) impacta diretamente no desenvolvimento do cérebro de seus filhos. À medida em que os cuidadores se tornam mais cientes e evoluem emocionalmente, mais seus filhos, netos e alunos se beneficiam. Portanto, integrar nossos pensamentos com nossas emoções, equacionar dores e mágoas que nos marcaram e cultivar comportamentos de tolerância às diferenças são alguns dos presentes mais carinhosos e amorosos que podemos dar aos nossos filhos.
Qual é o maior desafio para pais e mães na educação dos filhos hoje em dia?
MB: Lidar com a enxurrada de estímulos que as crianças e adolescentes recebem diariamente das diversas mídias e de uma sociedade com poucos ou nenhum parâmetro de ética tampouco respeito às opiniões estranhas às suas. A meu ver, para lidarmos com esse bombardeamento de relacionamentos adoecidos, algo muito valioso é constituir um sentido claro do que sejam os princípios e valores desse núcleo familiar, deixando de ceder à tentação de reprisar comportamentos e atitudes de outras famílias.
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Muitos pais ainda têm dúvidas sobre a escolha da escola, pois isso passa pela questão do brincar X estudar. Qual a sua percepção sobre esse assunto?
MB: Crianças precisam estudar tanto quanto precisam brincar. A brincadeira, para além do momento de diversão, é uma oportunidade de aprender: sobre socialização, sobre seguir regras, sobre disciplina, sobre estratégias, sobre coordenação motora. Os jogos e as brincadeiras, tanto as livres quanto as estruturadas, qualificam a verbalização, despertam de forma prática o raciocínio lógico-matemático e a condição de conviver e construir em equipe. Essas são habilidades que a criança vai precisar para a vida toda, inclusive para o aprendizado formal. Sobre a melhor escola, essa decisão cabe aos pais, sempre avaliando qual instituição se enquadra melhor a seus princípios e valores.
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Qual a sua principal dica para quem ainda diz: “meu filho não tem jeito”?
MB: Os pais, quando dizem isso, o fazem não por querer mal ao filho, mas por completo desespero. Eu entendo isso muito bem, pois como mãe também já disse esse tipo de frase algumas vezes. Como dizem Daniel Siegel e Tina Payne Bryson no livro “O cérebro da criança”, “os momentos em que você está apenas tentando sobreviver são, na realidade, oportunidades para ajudar o seu filho a prosperar”. Sabemos que as brigas entre irmãos, o desinteresse pelo estudo e a dificuldade de cumprir rotinas podem ser enlouquecedores, mas são também possibilidades de ensinar aos pequenos sobre auto responsabilidade e respeito ao próximo, só para dar dois exemplos. E para fazer isso não tem mágica nem receita de bolo, tem técnicas e ferramentas apropriadas.
Quem disse que o futuro do seu filho não tem jeito?
Assim como as brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento das crianças, contratar um plano de previdência da BB Seguros feito especialmente para elas também é. O Brasilprev Júnior é ideal para quem deseja garantir o futuro dos pequenos, seja para a faculdade, intercâmbio ou até mesmo o primeiro negócio. A partir do programado de R$ 100, é possível alcançar R$ 45 mil para o seu filho quando ele chegar aos 18 anos.
Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
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