Sangramento na gravidez é normal ou preocupante?
Alguns sangramentos são decorrentes da adaptação do corpo ao embrião ou de um esforço físico maior que o habitual. Saiba o que é comum e quando se preocupar.
Tempo estimado de leitura: 11 minutos.
Assuntos abordados:
– Quando se preocupar com sangramentos durante a gravidez.
– Sangramentos no primeiro trimestre.
– Sangramentos no segundo trimestre.
– Sangramentos no terceiro trimestre.
– Como relatar o sangramento.
– Como evitar o sangramento.
É normal que algumas mulheres fiquem preocupadas ao se deparar com um borrão de sangue durante a gravidez. Mas nem sempre ele é sinal de risco para a gestante ou o bebê. Há sangramentos que são fruto da adaptação do corpo feminino à maternidade, de um esforço físico maior, que deve ser evitado ao longo da gestação, ou para indicar que o parto se aproxima.
No entanto, algumas causas são preocupantes e merecem atenção. “Em qualquer caso de sangramento, o médico que acompanha a gestante deve ser informado a fim de detectar a causa. Em algumas situações, ele pode ser inofensivo, mas, em outras, chega a ameaçar a saúde da mãe e do bebê. Por isso, consultar o médico é fundamental”, alerta a ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília, Nívia Ximenes.
No início da gravidez, pequenos sangramentos são comuns, mas, à medida que os meses vão avançando, é preciso redobrar o cuidado.
Confira o que é esperado ou não em cada fase:
Primeiro trimestre
Eventualmente, ocorrem pequenos escapes de sangue logo no início da gravidez, quando acontece a implantação do saco gestacional no útero. “Esses pequenos sangramentos também costumam acontecer exatamente no período em que a mulher menstruaria. É por isso que muitas confundem o episódio com a menstruação”, conta a obstetra. Nesses casos, não é preciso se preocupar.
Se o sangramento durar vários dias, e o sangue apresentar uma coloração escura, como borra de café, é preciso se atentar para um possível descolamento do saco gestacional. Quando o saco se desloca totalmente da parede uterina, pode acontecer um aborto. “Grávidas com descolamento do saco gestacional devem ficar em repouso e tomar medicação para inibir as contrações uterinas até que tudo volte ao normal”, recomenda Ximenes.
Segundo trimestre
Embora sejam mais raros nessa fase, alguns sangramentos não representam riscos. Esforço físico excessivo, exame vaginal e, em alguns casos, sexo eventualmente provocam o rompimento de pequenos vasos sanguíneos.
Mas sangrar no segundo semestre também pode significar placenta prévia ou baixa, uma situação preocupante. “Isso acontece quando a placenta fica muito próxima ao colo do útero. Ela é responsável por levar oxigênio e nutrientes para o bebê e, quando se instala fora do local esperado, traz complicações para a gestação e o parto”, explica a obstetra. Grávidas com essa condição devem ser acompanhadas ainda mais de perto durante o pré-natal.
Terceiro trimestre
No período de reta final, o único sangramento que não oferece risco é aquele decorrente da perda do tampão mucoso, secreção espessa similar a um corrimento, que protege o colo do útero contra a entrada de bactérias durante a gestação.
“Ele é chamado de sangramento de encaixe e, eventualmente, acontece a partir da 39ª semana da gravidez. Nessa fase, o bebê se acomoda na pelve da mãe e se prepara para o nascimento”, informa Ximenes. Apesar de não oferecer risco e apenas sujar a calcinha, o episódio deve ser informado ao médico.
Nesse momento, isso também pode ser sinal de uma condição mais grave, o descolamento de placenta, que, em alguns casos, compromete a oxigenação e a nutrição do bebê. Se o descolamento for parcial, a mulher deve ser acompanhada de perto para prolongar a gestação o máximo possível a fim de evitar a prematuridade. Em casos mais graves, é feita a cesárea de emergência.
Como relatar o sangramento?
Todo e qualquer escape de sangue durante a gravidez deve ser informado ao médico. Para se comunicar melhor com o profissional, responda a si mesma as seguintes perguntas:
1) Teve outros sintomas?
Febre, cólicas, contrações, dores nas costas e abdômen agravam a situação e devem ser relatados.
2) Qual é a cor e a textura do sangue?
Por exemplo: cor de borra de café, acastanhado, vermelho vivo. É mais fino ou mais espesso? Há a presença de coágulos?
3) O comportamento do bebê mudou?
Lembre-se se ele ficou mais agitado ou quieto durante o sangramento ou nas últimas horas.
4) Você teve sangramentos anteriores?
Mesmo que já tenha relatado ao médico sangramentos anteriores, relembre-o. Se for um médico plantonista, de urgência, não se esqueça de informá-lo.
Tem como evitar o sangramento?
Embora o sangramento nem sempre seja evitável, tomar algumas medidas pode minimizar os seus riscos durante a gravidez. “Manter uma alimentação balanceada, realizar o pré-natal corretamente, evitar muito esforço físico, não consumir álcool, cigarro e outras drogas e, principalmente, informar o médico sempre que ocorrer para evitar intercorrências mais graves são atitudes indicadas”, aconselha a obstetra da Maternidade Brasília.
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