Sente seu filho mais triste, sonolento, com medo e desmotivado?
94% das crianças e adolescentes mudaram de comportamento desde o início da pandemia. Saiba como ajudá-los
Tempo estimado de leitura: aproximadamente 6 minutos
Assuntos abordados:
– Mudança de comportamento
– Medo
– Obesidade infantil
– Pandemia
– Covid-19
– Convívio social
– Fatores comportamentais
– Fatores emocionais
Assim como nós, adultos, lidando com os impactos de uma rotina diferenciada causada pela pandemia, as crianças e adolescentes estão frente ao desafio de conviver com o novo normal – seja pelo isolamento, pela falta de convívio familiar e com os amigos, pela ausência de atividades presenciais ou o medo de contaminação do Covid-19.
O fato é que, em diferentes níveis, eles também estão sofrendo e é preciso observar este comportamento. Pesquisa realizada pelo Instituto Natura e pela Fundação Lemann com responsáveis por mais de 2.100 crianças e adolescentes, mostrou que 94% tiveram alguma mudança de comportamento.
O pediatra, intensivista e coordenador do Pronto Socorro Infantil do Hospital Brasília Águas Claras, Mario Carpi, afirma que isso tudo tem sido observado pelos pediatras na prática. “Não foi somente o isolamento social, que sem dúvidas é prejudicial para a saúde física e psíquica de crianças e adolescentes. Esse isolamento veio recheado de pânico, de medo de perder seus pais e parentes. Ficar trancado em casa sem tomar sol, sem brincar no parque, sem ir à escola não traz nenhum benefício”, explica.
Com 10 anos, Maria Eduarda Lubisco se enquadra nessa realidade: “Fiquei entediada por não poder ir para o colégio e ver meus amigos, passei a dormir mais, comer mais e sentir muita preguiça de voltar a fazer atividades físicas”, conta. “O sedentarismo claramente é associado ao aumento de peso, mas o medo e a angústia também causam reações fisiológicas, como a liberação de cortisol e noradrenalina, que além de efeitos cardiovasculares interferem no desenvolvimento cerebral das crianças e aumentam o apetite”, justifica o médico.
Os dados da pesquisa mostram ainda que:
- 56% ganharam peso, 44% se sentiram tristes, 38% ficaram com mais medo e 34% perderam o interesse pela escola. Entre os que ficam sozinhos em casa, são mais altos os índices dos que passaram a dormir mais, ficaram mais quietos ou têm mais dificuldades para dormir;
- 10% das crianças e dos jovens passam o dia na casa de outras pessoas, metade deles na residência dos avós. Dos 90% que ficam na casa de seus responsáveis (pai, mãe, madrasta e/ou padrasto), 14% permanecem sozinhos no local ou apenas com irmãos, sem adultos responsáveis;
- 37% das crianças e adolescentes estão jogando videogame ou celular com mais frequência e 43% aumentaram as horas de TV;
- 75% disseram que sentem falta das aulas presenciais ou de algum professor e 60% sentem falta do convívio social e dos amigos;
- Quando avaliadas, as crianças e adolescentes de famílias com renda menor, até dois salários mínimos, 59% tiveram ganho de peso, 51% passaram a dormir mais, 48% ficaram mais agitados, 46% ficaram mais tristes, e 35% perderam o interesse pela escola.
Como os pais podem ajudar a lidar com essa realidade – Dr. Mario defende que o primeiro passo é cuidar da saúde mental e de seu equilíbrio. “Como queremos que as crianças aprendam a lidar com situações adversas e se tornem adultos seguros e capazes de resolver problemas se, ao invés de demonstrar coragem e equilíbrio, nos comportamos diante dos filhos como indivíduos medrosos e inseguros?”, questiona. Ele ainda explica que as crianças são “esponjas” do ambiente, se espelham nos pais. “Assim, se lhes oferecemos coragem e equilíbrio, é dessa forma que tendem a lidar com a vida.”
Na prática, o especialista defende que os pais e mães precisam dar atenção às crianças e aos adolescentes. A dica, segundo Mario Capri, é dedicar um tempo para fazerem algo em família, brincar de bola, jogos, passear no sol, andar de bicicleta, assistir a um filme. “Tentem sempre almoçar e jantar juntos, conversando, deixando os pequenos falarem, inclusive expondo suas angústias. Conversem!”.
Sobre a pesquisa – A pesquisa ouviu 1315 responsáveis por mais de 2.100 crianças e adolescentes (4 a 18 anos) matriculados na rede pública ou fora da escola, de todo o Brasil. Também foram entrevistadas 218 pessoas com idades entre 10 e 15 anos. O levantamento foi feito entre 16 de junho e 7 de julho de 2021.
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* Com informações da fundacaolemann.org.br
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Esse conteúdo exclusivo foi produzido a partir de parceria do blog Primeiros Passos com o Espichei, rede materna paterna criada em Brasília e que reúne milhares de famílias em prol de uma maternidade mais consciente, colaborativa e sustentável. Acompanhe esta iniciativa conjunta também nas redes sociais pela hashtag #espicheiprimeirospassos
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